[Resenha] A Rebelde do Deserto - A Rebelde do Deserto # 1 - Alwin Hamilton - Viaje na Leitura

01/07/2016

[Resenha] A Rebelde do Deserto - A Rebelde do Deserto # 1 - Alwin Hamilton


Sinopse - O deserto de Miraji é governado por mortais, mas criaturas míticas rondam as áreas mais selvagens e remotas, e há boatos de que, em algum lugar, os djinnis ainda praticam magia. De toda maneira, para os humanos o deserto é um lugar impiedoso, principalmente se você é pobre, órfão ou mulher. Amani Al’Hiza é as três coisas. Apesar de ser uma atiradora talentosa, dona de uma mira perfeita, ela não consegue escapar da Vila da Poeira, uma cidadezinha isolada que lhe oferece como futuro um casamento forçado e a vida submissa que virá depois dele. Para Amani, ir embora dali é mais do que um desejo — é uma necessidade. Mas ela nunca imaginou que fugiria galopando num cavalo mágico com o exército do sultão na sua cola, nem que um forasteiro misterioso seria responsável por revelar a ela o deserto que ela achava que conhecia e uma força que ela nem imaginava possuir.
A história é narrada em primeira pessoa pela Amani Al'Hiza, uma jovem de 16 anos de idade que mora na Vila da Poeira, com sua tia Farrah e seu tio Asid. Amani teve sua mãe enforcada por ter assassinado o marido, um homem vil e bêbado.
Sua vida vai além da opressão. As primas, em especial Shira, despejam nela seu ódio e ressentimento e Tamid, seu único amigo, é considerado o aleijado do vilarejo. Amani se vê sem perspectiva de vida, presa a uma rotina onde deverá servir ao marido e tornar-se obediente.
Amani escutou uma conversa entre os tios, dizendo que ela está na idade de se casar e seu próprio tio Asid demonstra interesse em torná-la uma de suas esposas. Para conseguir fugir do papel submisso que as mulheres tem na sociedade, Amani deseja chegar à Izman, capital de Miraji, pois segundo sua mãe, lá seria um lugar onde ela será livre. Para conseguir dinheiro para fuga, ela se disfarça de um rapaz e vai participar de um torneio de tiro e acaba conhecendo o Forasteiro. O torneio em si trouxe alguns problemas, mas conhecer o tal Forasteiro muda a vida da jovem.
O deserto de Miraji é governado pelo Sultão, um homem vil e bruto e que coloca o seu Exército, inclusive o comandante Naguib Al'Oman (seu próprio filho) para supervisionar o reino. O povo está cansado de tanta opressão e existe uma movimentação contrária a esse governo, que tem como objetivo colocar o Príncipe rebelde no trono.
Acontece que o Sultão tem uma arma diferente de tudo já visto. É uma arma capaz de dizimar cidades inteiras sem deixar nenhum traço da cidade ou do que é a arma. Esse é um dos grandes mistérios da trama e sua revelação é impactante.
Quando o Exército do Sultão vai para a Vila da Poeira a procura do Forasteiro, Amani vê sua chance de escapar de lá. O Forasteiro, conhecido como Cobra do Oriente ou Jin, tem uma missão própria. 
Juntos, eles passam embarcam em uma grande aventura, atravessando o deserto de diversas formas: buraqui, trens, caravanas e até mesmo caminhando. Cada local tem uma história própria e o livro é repleto de lendas.
"Um cavalo do deserto. Um ser primordial criado numa era anterior aos mortais, feito de areia e vento. Capaz de correr até o fim do mundo sem cansar. Uma criatura que valia seu peso em ouro, se capturado." (p. 60)
Existe também o núcleo do príncipe rebelde, onde inúmeros novos personagens são apresentados. Como Shazad, a jovem e destemida general, Bahi, o pai sagrado; Delila, a filha de um djinni; Farrouk e Fazia, os mestres em explosivos e o príncipe Ahmed. Cada um deles terá espaço para contar suas histórias e momentos no livro onde irão se destacar.
Amani é uma jovem aventureira, corajosa e independente. Sua necessidade de se libertar dos tios e da opressão que o futuro reserva é palpável, mas ao mesmo tempo existe uma certa ingenuidade em sua personalidade. Algumas revelações finais são um pouco óbvias, mas a personagem fica realmente surpresa quando descobre, o que indica que ou ela não é tão esperta assim ou é ingênua demais.
Jin é um mistério. Com seu sorriso matreiro e capacidade de escapar de todas as confusões nas quais se envolve, dificilmente conseguimos descobrir suas verdadeiras intenções. Mesmo quando ele revela um pouco sobre si mesmo, vemos que está ocultando muito mais. 
A leitura é um pouco densa devido a inserção de tantas lendas e criaturas mágicas. Muitos deles tem nomes bem diferentes do que estamos acostumados e isso causa certa estranheza durante a leitura.
"As portas e janelas da loja eram reforçadas com ferro, assim como todas as casas do Último Condado, mas isso nem sempre impedia que criaturas rastejassem para dentro na calada da noite. No deserto, você tinha que ficar atento a carniçais nas sombras. Eles podiam assumir mil formas diferentes. Podiam ser andarilhos, seres altos e sem rosto que consumiam a carne de alguém e assumiam sua forma para poder se banquetear com o resto da família. Pequenos pesadelos com pele de couro, que cravavam os dentes no peito das pessoas enquanto elas dormiam e se alimentavam do seu medo até a alma ser sugada." (p. 43)
O trabalho editorial foi muito bem feito. A revisão, diagramação e o layout do livro estão lindos e a capa chama a atenção por sua delicadeza e pelos detalhes que combinam com a história.
"Ferro era a única coisa que os mantinha à distância. E era a única coisa que os matava. Eles se escondiam da luz do sol, mas o que realmente funcionava era um tiro no crânio ou uma faca de ferro nas costelas. Ferro transformava todos os imortais em mortais. Impotentes. Foi assim que a Destruidora de Mundos matou os primeiros seres primordiais. E foi assim que os humanos, por sua vez, mataram os carniçais da Destruidora de Mundos." (p. 44)
ISBN-13: 9788565765992
ISBN-10: 8565765997
Ano: 2016
Páginas: 288
Idioma: português
Editora: Seguinte
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Avaliação: 3/5


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