25/02/2013
Ausência - Flávia Cristina Simonelli
Classificação
Sinopse:
“O que é um homem sem memória? Um homem que não se reconhece mais em
nenhum tempo, nenhum lugar, nenhum rosto?”
Daniel é médico neuropsiquiatra e começa a tratar de Ervin de
Apolinário, professor aposentado que apresenta uma doença degenerativa.
Tudo estaria dentro da rotina do consultório, não fosse a doença de
Alzheimer reavivar na memória de Daniel antigas dores, misturadas à
paixão obcecada por Natasha, filha do paciente, provocando a
desestruturação de seu casamento e a culpa por transpor seus limites
éticos.
Ausência é um romance que coloca ao leitor uma questão perturbadora: o
que acontece quando a mente começa a apagar as lembranças que constituem
a própria biografia?
O desenvolvimento do Alzheimer e o dilema de Daniel são o fio condutor
dessa trama permeada por relações complexas e questionamentos
existenciais que levam a refletir sobre o dinamismo inesperado da vida.
Os bookaholics tem um ditado que afirma "que toda leitura é válida", eu concordo, mas alguns livros conseguem ser ainda mais especiais, porque marcam profundamente sua maneira de pensar, agir e se relacionar com determinado assunto, os livros tem o poder de nos trazer infinito conhecimento, seja de determinada cultura, país, assunto ou no caso de "Ausência" de doenças como o Alzheimer que atualmente, em todo o mundo possui entre 17 e 25 milhões de portadores
de Alzheimer, o que representa 70% do conjunto de doenças que afetam a
população geriátrica. O Mal de Alzheimer deteriora
algumas regiões do cérebro, que alteram o comportamento do paciente fisicamente, mentalmente, sua
linguagem, entre outros, levando a demência.
Ausência foi uma leitura que despertou-me para conhecer mais sobre essa doença, apesar de ainda não ter conhecido pessoalmente ninguém com a enfermidade, durante a leitura do livro, senti-me como se conhecesse os protagonistas do romance da autora nacional Flávia Cristina Simonelli. O Alzheimer não tem cura e não existe ainda exame específico para se descobrir o mesmo. Geralmente a família não nota o comportamento do doente, que terá ao longo do tempo e cada vez mais frequente, alguns "brancos", confusões e esquecimentos. Triste.
"As ruas, desconhecidas vias de um labirinto, não lhe indicavam direção alguma. A única saída seria perguntar a alguém onde ficava aquela rua, sem revelar que lá vivia há mais de 40 anos."
A leitura desse livro trouxe-me uma nova visão, aprendi com os personagens da autora, me emocionei em diversos trechos e não parei de ler o livro até concluir o mesmo. A história conta precisamente a vida de Ervin, renomado professor de Literatura, que aos longos dos anos ensinou seus alunos à arte da literatura e do conhecimento, até que, começa a ter esquecimentos, "branco" na hora de palestrar e por vezes erra o caminho para voltar para casa. Imaginem um homem inteligente, que avida inteira dedicou-se aos seus alunos, ao seu amor pela literatura começar a se esquecer de tudo aquilo que ensinou? Trágico.
"O que é um homem sem memória? Um homem que não se reconhece mais em nenhum tempo, nenhum lugar, nenhum rosto?"
Pela esposa e filha, Ervin será encaminhado com muito custo e sofrimento ao Dr. Daniel, que recusa pacientes com sintomas de Alzheimer, pois o próprio tem um trauma que a doença trouxe devastando a vida da avó. Casado e pai de dois filhos, Daniel passará a protagonizar a trama a partir desta descoberta e vivenciará loucuras por paixões tempestivas que poderão devastar a sua estrutura familiar.
Um livro complexo, com uma leitura extraordinária, que traz não só conhecimento, mas reflexão em diversos assuntos do cotidiano de toda uma sociedade. Um livro de valores, sonhos e percas. Um livro que faz o leitor sentir-se na urgência de aproveitar o máximo a presença daqueles que amamos, porque um homem sem memória é triste, é devastador.
São livros como esse, que mostram os valores dos nossos autores nacionais, que têm se destacado na nossa literatura. Recomendo com ênfase a leitura desta doce e amarga história de vida. Surpreenda-se!

Nossa parece ser lindo, eu gosto de livros assim que tocam no fundo, eu vou ler com toda certeza!
ResponderExcluirMe visita também! :D
E que capa bonita!
ResponderExcluirEssa capa é muito expressiva. Eu tenho Ausência em minha estante, comecei a ler no mesmo dia em que chegou e sem dúvidas foi uma das minhas melhores leituras de 2012.
ResponderExcluirTambém nunca conheci alguém com Alzheimer, mas senti o mesmo peso e desgaste que os personagens. Aprendi que é muito mais que esquecimento, o Alzheimer leva a essência da pessoa, tudo o que ela é. Recomendo muito.
E pensar que ainda tem gente que torce o nariz para nossos autores.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Oi Thais!
ResponderExcluirAdorei a resenha e fiquei muito interessada na história desse livro!
Adorei essa capa e certamente esse livro vaia para a minha listinha!
Bjos
Oi Thais.
ResponderExcluirA capa já é marcante, e o título remetendo à doença ficou excelente! Gostei da forma como vc falou do livro, realmente parece ser muito envolvente. Nos últimos anos da minha avó ela estava com a doença, e para os familiares de perto, é realmente triste e complexo.
Excelente. Com certeza farei a leitura!
Grande beijo!
Lygia - Brincando com Livros
O livro deve ser complexo, mas lindo. Acho que eu ia gostar muito da história. A narrativa da autora é muito boa. Me lembro por causa do primeiro livro dela, que tive a oportunidade de ler.
ResponderExcluirBeijos.