A Lista do Nunca – Koethi Zan

Adolescentes costumam ser imprudentes, não prestam atenção a sua volta, são distraídos e não medem o perigo que algumas situações representam. Mas não com Sarah e Jennifer. Após um traumático fato vivido por elas na infância, elas decidem elaborar uma extensa lista – que depois se tornam cadernos/diários – com coisas que elas nunca deveriam fazer, para assim se manterem seguras e salvas. Isso se torna a vida delas. Extensas pesquisas sobre os perigos, acidentes, prováveis causas de mortes, estatísticas, números, porcentagens.

Nunca pegar carona, nunca seja previsível, nunca deixe sua bebida fora de vista, nunca entre em estacionamentos a noite... Você já deve ter ouvido alguns desses conselhos. Mas e quando nada disso adianta? E quando só por uma vez, você se descuida? Em uma noite as garotas acabam sendo sequestradas, e passam três anos acorrentadas em um porão. Dez anos depois, o sequestrador está prestes a ser libertado e estranhos acontecimentos levam Sarah a reviver seu passado e tentar por mais uma vez entender o que lhe aconteceu.

“Em nossa confiança excessiva, pensamos que podíamos enganar – só um pouco – a nossa lógica, a nossa pesquisa, nossas precauções... Não havíamos imaginado que pudesse haver outras mentes tão calculistas quanto as nossas. Não havíamos contado, como nosso inimigo, com o mal real, em vez de possibilidades estatísticas” pág 12

Vocês devem ter ouvido falar sobre o caso de Ariel Castro, o motorista de ônibus escolar de Cleveland acusado de manter três mulheres reféns em seu porão por cerca de três anos. Esse caso veio à tona em maio desse ano e é incrível a semelhança dele com essa história.

O livro é daqueles que mexem de uma forma muito intensa com o leitor. É um assunto forte e acompanhar o que Sarah e Jennifer passam, assim como outras garotas, é angustiante. Você quer descobrir o motivo, o porquê de tudo isso, mas às vezes não é necessário um para que as coisas aconteçam.

A história é comovente e por muitos momentos me peguei chorando enquanto lia. Esse tipo de acontecimento traumatiza as pessoas e Sarah tenta se reerguer na sociedade para investigar e impedir que seu sequestrador saia da prisão. Ela possui manias, medos, fobias, ataques de pânico e vive presa em seu apartamento, mas passa por cima de tudo para que possa enfim por um ponto final nisso.

Presente e passado se intercalam, contados por Sarah. O final foi um grande choque para mim, não esperava de maneira nenhuma um término como esse. Recomendo!