[Resenha Nacional]: " Reencontro" - Leila Krüger - Viaje na Leitura

29/06/2014

[Resenha Nacional]: " Reencontro" - Leila Krüger





Sinopse - "Está bem no fundo. Não se pode alcançar... aos poucos, vai roubando o ar.” Ana Luiza vai perdendo seu fôlego: o fim de (mais) um grande amor, um pai distante, uma mãe fútil, uma amizade complexa e "pessoas que sempre vão embora". Com suas músicas de rock, seus livros e seus cigarros, Ana Luiza vê sua vida desmoronar. "O amor é uma ferida”, ela sentencia. Mas a “garota de olhar longínquo” tem um encontro inesperado com um alguém aparentemente muito diferente dela: os “olhos imensos”, que tudo veem... Presa em seu próprio mundo e rendida ao álcool e às drogas, Ana Luiza tenta fugir. Principalmente do temido amor, que tanto a feriu... Como encontrar, ou reencontrar o próprio destino? Até onde o amor pode ir, até quando pode esperar? O que há além das baladas de rock e dos poemas românticos? Poderá o amor salvar alguém de sua própria escuridão? Às vezes, é necessário perder quase tudo para reencontrar... e finalmente poder amar.


Minha opinião
- "Reencontro" é narrado em terceira pessoa e fala sobre as angústias e anseios de Ana Luiza Herrmaann, uma jovem que desde cedo sofreu desilusões e que por conta disso tem dificuldades em confiar em alguém.

Aos 17 anos ela teve em primeira mão a infelicidade de sentir o gostinho da traição de seu primeiro amor Rick e sua "melhor" amiga Cathy.

Mesmo cinco anos depois, as feridas não cicatrizaram e a linda jovem de 22 anos vive sozinha em meio à multidão. Morando em Porto Alegre com os pais e cursando Odontologia na Puc, quem a conhece acredita que ela tem a vida perfeita: é financeiramente estável, bonita, inteligente e não tem problemas... mas e aqueles que crescem e germinam em nossos corações? Com uma narrativa melódica, ritmada e poética Leila Kruger apresenta uma história de amor. Mas não é uma história de amor convencional, onde a mocinha conhece o príncipe encantado e vive feliz para sempre.

É uma história que fala sobre nos conhecermos bem e antes de amar o próximo, desenvolver o amor próprio. Entender o que nos magoa e aprendermos a vivenciar a dor, mas sem deixar que ela nos sufoque.

Os personagens apresentados nesse livro não podem ser considerados mocinhos ou vilões e sim, seres humanos reais, repletos de falhas, defeitos e problemas.

Ana Luiza é o maior exemplo disso. A protagonista vivencia toda uma trajetória errática a procura de soluções e redenções. Ela se envolve com álcool, drogas e relacionamentos sem sentimentos, tudo isso para tentar encontrar algo que a deixe entorpecida o suficiente para não encarar suas dores.

Sua melhor amiga, a Nana, é a garota extrovertida que todos amam e adoram estar em companhia, pois ninguém fica triste diante de alguém tão alegre. Mas será que a vida pode ser continuamente perfeita? E se um obstáculo surgir, saberia Nana lidar com os sentimentos avassaladores que algo triste traz?

Rafael Benedetti, o Rafa, é o típico mocinho que arranca suspiros do leitor. Gentil, inteligente, amoroso, mas com um passado que implora por perdão. Será que ele pode seguir em frente com o coração tranquilo ou terá sempre uma pontinha de amargura?

O livro também fala de valores familiares, redenção e crescimento pessoal. São tantas lições que podem ser tiradas da obra que fica difícil analisá-las individualmente.

Além da narrativa poética, os diálogos são repletos de citações literárias e muita música. O ambiente criado pela escritora é convidativo e intimista e permite ao leitor momentos de reflexão e crescimento pessoal. Os obstáculos que encontramos na nossa vida nos tornam mais fortes ou revelam uma verdade que não queremos enxergar?

Acompanhem Ana Luiza em sua jornada e tirem as suas próprias conclusões!

Em relação à revisão, diagramação e layout foi realizado um ótimo trabalho. Foi encontrado um único errinho de digitação, na página 233, mas nada que interferisse com a leitura ou entendimento do texto. A capa é simples, porém combina perfeitamente com a trama.


"- ... E é difícil perdoar. Sei lá. A palavra original pra perdão, em hebraico, que é a língua da Bíblia, significa mandar embora, deixar ir. Então, quando a gente perdoa.. deixa ir.. Se tu deixar ir, não faz mais parte de ti". (p. 207)

10 comentários

  1. Olá!
    E adoro livros que nos instigam assim, que nos dão aquela vontade de chegar até o final, sem pressa. Com personagens bem criados, que se tornam nossos amigos! Fiquem com muita vontade de ler.
    Beijos.

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    1. Oi Mylane, tudo bem?
      Eu também sou muito fã desses tipos de livros. Quando uma história me permite refletir sobre a vida ou um determinado assunto acaba permitindo uma análise pessoal importante.
      Obrigada pelo comentário.
      Bjkas

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  2. Adorei completamente a sua resenha! Essa história realmente tem tudo pra ser ótima, e é maravilhoso quando lemos livros tão naturais, tão humanos, que podemos de fato nos identificar e usar aquelas descobertas como reflexões pra nossa própria vida

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br/

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    1. Oi Carol, tudo bem com você?
      Fico feliz em saber que gostou da resenha ;)
      Concordo com você. Adoro diversos tipos de gêneros literários, mas é sempre bom pegar uma leitura que discuta o ser humano.
      Obrigada pelo comentário.
      Bjkas

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  3. Esse livro parece daqueles que quando termina de ler fica refletindo por algum tempo ainda, achei legal ali quando vc diz que o livro nao tem mocinhos e vilões e sim seres humanos reais, com falhas, defetios e problemas, gostei da resenha, vou adc o livro aqui nos meus desejados :D

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    1. Oi Douglas, tudo bem com você?
      É exatamente isso. "Reencontro" permite esse tipo de reflexão pessoal, a análise dos nossos valores e conceitos pessoais.
      Obrigada pelo comentário.
      Bjkas

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  4. Parece um livro bem marcante, porque além de ser um "romance" é um amor próprio que é retratado na obra e que devemos sentir antes de qualquer coisa.
    Concordo com o mencionado sobre amar a si mesmo antes de amar o próximo. Afinal, como poderíamos zelar e dar atenção a alguém se sequer nos damos atenção e cuidamos de nós mesmos?
    Parece uma mistura de auto-ajuda com romance. Mas eu leria, independente disso.
    Gostei de seu ponto de vista sobre a obra.

    M&N | Desbravadores de Livros

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    1. O livro é realmente marcante, pois permite uma análise de nossos valores. Lidar com o amor próprio e o modo como isso reflete no nosso dia a dia e na interação com o próximo.
      Obrigada pelo comentário!
      Bjkas

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  5. Oi,
    Nunca tinha ouvido falar nesse livro, mas parece ser uma hist. marcante.
    Bjs!
    Viciados Pela Leitura

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    1. Oi Iris, tudo bem?
      É uma história marcante sim, e se você curte o gênero literário, é uma boa pedida.
      Bjkas

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