[Resenha] As Virgens Suicidas - Jeffrey Eugenides - Viaje na Leitura

02/07/2014

[Resenha] As Virgens Suicidas - Jeffrey Eugenides



Sinopse O cenário é o de um típico subúrbio americano dos anos 70. Mas são as forças de Eros e Thanatos que atuam em As virgens suicidas, envolvendo o leitor numa história original, narrada por uma espécie de coro semelhante ao das tragédias gregas. Durante uma festa em sua casa, Cecilia Lisbon, uma garota de 13 anos se joga de uma janela do segundo andar sobre a cerca de ferro. Como uma maldição, num período de um ano, todas as cinco irmãs Lisbon cometem suicídio. Comprimidos, enforcamento, todas as formas são válidas para que, uma a uma, Lux (14), Bonnie (15), Mary (16) e Therese (17) encontrem seu caminho para a morte. A tragédia marca tanto a rotina da vida local que uma investigação é levada a cabo pelos garotos da vizinhança. Passados 20 anos, eles reúnem um mórbido acervo de evidências, que vão desde entrevistas com parentes até diários e boletins de química. Mas os detetives amadores, determinados a descobrir qual a razão daquelas mortes, lutam para achar as peças deste quebra-cabeça que é a alma feminina.

Minha opinião - Um dia eu perdi o sono e fui ver se tinha algo legal para assistir na Tv, e parei em um canal no qual o filme estava no finalzinho. Ele mostrava quatro irmãs que haviam cometido suicídio e fiquei chocada com a cena, porém depois acabei não indo atrás para descobrir seu nome ou para assistir ele inteiro, mas foi algo que sempre ficou marcada na minha cabeça. Quando recebi esse livro para resenha, fiquei surpresa ao descobrir que era o mesmo que o filme se baseava e logo passei a leitura na frente de outras.


A história se passa na década de 70 nos E.U.A. e é narrada por meninos, vizinhos da irmãs Lisbon, que também estudam na mesma escola que eles. Primeiro Cecilia comete suicídio e a família entra em decadência. Depois de um ano, suas quatro irmãs seguem seu passo. Sem nenhum bilhete, sem nenhum motivo aparente... Apenas cometem o ato em conjunto, chocando toda a cidade.


“Segurando o queixo da menina com delicadeza, o médico perguntou: ‘O que você está fazendo aqui meu bem? Você nem tem idade para saber o quanto a vida pode se tornar ruim’. E foi então que Cecilia forneceu oralmente aquilo que seria sua única forma de bilhete de suicídio [...]: ‘É óbvio, doutor’, ela disse. ‘Você nunca foi uma menina de treze anos’.”


É de conhecimento geral que passar pela adolescência não é uma das tarefas mais simples do mundo, mas a história é extrema e pelo olhar dos meninos conhecemos a família Lisbon, seus costumes, o que fazem, como passam o tempo, entre outras. Eles se empenham nessa tarefa coletando evidências – mechas de cabelo, escova, papéis, caderninhos, fotos - observando e mais tarde, quando adultos, coletando entrevistas de pessoas que tinham contato direto com as meninas, tentando entender o que aconteceu, o que levou elas a fazerem isso.

Só que ao mesmo tempo em que temos todas as informações e dados sobre elas, na verdade não temos nada, já que não sabemos o que realmente passou pela cabeça das meninas, o que realmente acontecia na casa delas.

Depois que Cecilia tira sua vida, a família desmorona e acompanhamos esse processo aos poucos, até tudo virar uma enorme tragédia. A mãe deixa de sair, de cuidar da casa e das filhas; o pai continua dando aula, mas evita o assunto; as meninas lidam com a morte da irmã cada qual da sua maneira, ou pelo menos aparentavam estar fazendo isso.

Saber o final não tira o choque do fato e as descrições arrepiam quando imaginamos o cenário. E a pergunta fica em nossa cabeça do início ao fim: Por que elas fizeram isso? É culpa dos pais? Da sociedade? Da pressão que sofriam?

O livro também nos dá um olhar sobre as famílias daquela época, e seus costumes, e é engraçado perceber como muita coisa mudou de lá pra cá. O autor introduz cada personagem de uma maneira muito legal, conhecemos cada um deles de forma até íntima, como se um conhecido tivesse contando sobre essa pessoa diretamente para nós, por meio de uma boa fofoca.

Indico a leitura do que consideram um cult da literatura norte-americana contemporânea. Ainda não tive a oportunidade de assistir a adaptação cinematográfica feita pela Sofia Coppola, mas ela também é bastante elogiada.

4 comentários

  1. Eu simplesmente preciso ler esse livro. A capa é muito bem feita e parece ser bem profundo. Meu pai normalmente não gosta que eu leia esses livros mais densos, mas tentarei convencê-lo. É must-read?

    Clara
    @clarabsantos
    clarabeatrizsantos.blogspot.com

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  2. Eu descobri este livro através de Bling Ring, quando a Nancy fala que a Coppola dirigiu o filme. Desde então, estou super ansiosa para ler, e adoro personagens bem introduzidos!
    Beijos.

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  3. Conheci esse livro por meio do filme adaptado de Sofia Coppola na época fiquei tão impressionada pelo filme que fui procurar saber mais sobre ele. Super recomendo o filme pois é um daqueles que depois de uma semana ainda continuamos a pensar nele. Beijos

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  4. O livro parece cheio de conteúdo, e acho isso bacana.
    Livros que nos acrescentam alguma coisa, entende? E não conhecia o filme mas irei dar uma pesquisada também =) Me interessei.

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