[Resenha] Nós, os afogados - Carsten Jensen - Viaje na Leitura

09/08/2015

[Resenha] Nós, os afogados - Carsten Jensen



SinopseCom uma voz narrativa épica e poderosa, Nós, os afogados é uma saga que nos remete às epopeias marítimas de Herman Melville e Robert Louis Stevenson. Compreendendo cem anos de história, o livro acompanha várias gerações de navegadores da cidade dinamarquesa de Marstal – de Samoa à Terra Nova, de Cingapura a Hobart, de Murmansk à Islândia e de volta a Marstal, onde as mulheres esperam e choram seus mortos. Elogio solene a um modo de vida que ficou para trás e relato comovente dos sofrimentos humanos, o livro é também a descrição crua de uma época em que a Europa passa por grandes transformações – e suas histórias de amor são um contraponto sensível ao insuperável afã do homem em conquistar o desconhecido.


"Nós, os afogados" de Carsten Jensen é uma obra atemporal. Dotada de lirismo e com um ritmo poético, somos convidados a nos juntar a inúmeros marinheiros, que tiveram suas decepções e alegrias em meio a um instável lar, o mar. A narrativa é direta, mas ao mesmo tempo ao refletirmos sobre o conteúdo, percebemos que o narrador é intimista e que até mesmo defende um ou outro lado da história. É a capacidade do autor em tornar o narrador um dos pontos centrais do enredo.

"As nuvens acima do mar congelado mudavam, mas ele já as conhecia todas. Havia muito com que os olhos se refestelassem, mas nada para a alma. Albert tinha fome de algo que o céu não era capaz de satisfazer. Em algum lugar do planeta, precisava existir um tipo diferente de luz. Um mar que espelhasse novas constelações. Uma lua maior. Um sol mais quente." (p. 108)

A leitura é densa, e muitas vezes, o narrador oculto nos faz questionar da veracidade do que está sendo narrado. Quando a sinopse menciona que o livro nos remete às epopeias, é verdade, pois a história não gira em torno de um personagem, ou conta um determinado acontecimento. Ela representa inúmeras pessoas que passaram suas vidas no mar, conhecendo inúmeros locais, culturas e pessoas, e ainda sim, vivendo dentro de uma cultura particular: as regras de um navio.

"Não tinha nada a ver com obedecer as regras. A vida lhe ensinara algo muito mais complicado do que a justiça. Seu nome era equilíbrio." (p. 244)

Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um trabalho impecável. A capa parece um quadro e combina perfeitamente com a trama.



ISBN-13: 9788584190225
ISBN-10: 8584190228
Ano: 2015 / Páginas: 696
Idioma: português 
Editora: Tordesilhas
Skoob: clique aqui
Avaliação: 5/5


3 comentários

  1. Carol!
    Vez por outra é bom ler um livro poético e um livro que nos leva a conquista do desconhecido.
    Achei interessante ser um livro atemporal.
    Uma semaninha mais que abençoada!
    “As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem.”
    (Lilian Tonet)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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  2. essa capa é bem linda mesmo, parece com um quadro na verdade, gostei de conhecer o livro, nunca li um livro assim.

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  3. Oi, Carol!
    Concordo que a capa parece um quadro, e por sinal, é muito linda.
    Quanto ao livro, acredito que não faz meu estilo de leitura, curto leitura leves ao invés de densas...
    Bjos!

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