[Resenha] Estação Onze - Emily St. John Mandel - Viaje na Leitura

14/09/2015

[Resenha] Estação Onze - Emily St. John Mandel




Sinopse 

Certa noite, o famoso ator Arthur Leander tem um ataque cardíaco no palco, durante a apresentação de Rei Lear. Jeevan Chaudhary, um paparazzo com treinamento em primeiros socorros, está na plateia e vai em seu auxílio. A atriz mirim Kirsten Raymonde observa horrorizada a tentativa de ressuscitação cardiopulmonar enquanto as cortinas se fecham, mas o ator já está morto. Nessa mesma noite, enquanto Jeevan volta para casa, uma terrível gripe começa a se espalhar. Os hospitais estão lotados, e pela janela do apartamento em que se refugiou com o irmão, Jeevan vê os carros bloquearem a estrada, tiros serem disparados e a vida se desintegrar.
Quase vinte anos depois, Kirsten é uma atriz na Sinfonia Itinerante. Com a pequena trupe de artistas, ela viaja pelos assentamentos do mundo pós-calamidade, apresentando peças de Shakespeare e números musicais para as comunidades de sobreviventes. Abarcando décadas, a narrativa vai e volta no tempo para descrever a vida antes e depois da pandemia. Enquanto Arthur se apaixona e desapaixona, enquanto Jeevan ouve os locutores dizerem boa-noite pela última vez e enquanto Kirsten é enredada por um suposto profeta, as reviravoltas do destino conectarão todos eles. Impressionante, único e comovente, Estação Onze reflete sobre arte, fama e efemeridade, e sobre como os relacionamentos nos ajudam a superar tudo, até mesmo o fim do mundo.



"Estação Onze" é uma ficção incrível e desenvolvida de forma maestral. Narrada em terceira pessoa, a história é dividida em nove partes:

I - O teatro
II - Sonho de uma noite de verão
III - Prefiro você com a coroa
IV - A nave espacial
V - Toronto
VI - Os aviões
VII - O terminal
VIII - O profeta
IX - Estação Onze

Inicialmente a história se passa em Toronto, no Elgin Theatre. Tudo está indo muito bem quando o ator Arthur Leander, de 51 anos de idade, tem um infarto fulminante em pleno palco. Nesse instante, alguns personagens importantes estarão presentes e esse acontecimento terá um grande impacto em suas vidas.
No mesmo dia em que Arthur vem a falecer, a pandemia tem início. Jeevan Chaudhary, o socorrista que estava assistindo à peça é informado por um amigo que trabalha no pronto socorro que várias pessoas estão se internando com a Gripe da Geórgia.

"Na véspera, surgira a notícia de uma gripe nova e alarmante na república da Geórgia, matérias conflitantes sobre índices de mortalidade e número  de mortos. Os detalhes eram escassos.
....
- Estou com um paciente na UTI - disse Hua. - Menina de dezesseis anos, chegou de Moscou na noite passada, apresentou sintomas de gripe na emergência do hospital de manhã cedo. ... - A situação não está nada boa para ela. Pois bem, no meio da manhã, já tínhamos mais de doze pacientes, os mesmos sintomas, e foi constatado que todos vieram no mesmo avião." (p. 24)

Tudo foi tão rápido que em questão de horas o mundo nunca mais foi o mesmo. Essa pandemia devastou o mundo e aqueles que sobreviveram tiveram que viver em um mundo onde a tecnologia é inexistente e como consequência, hospitais, medicamentos, transportes e tantas outras coisas sumiram.
As pessoas viajam de carroças, guiadas por cavalos e em comboios, por conta dos riscos de assaltos e violência (principalmente às jovens e as mulheres).
Cada capítulo apresenta um grupo de personagens que à primeira vista não estão relacionados. Conforme avançamos na leitura, percebemos que a trama foi escrita de forma tão intricada que as revelações finais são de tirar o fôlego.
A Editora realizou um trabalho excepcional na diagramação, revisão e layout. A capa é linda e combina com a trama, passando a sensação de imensidão do mundo.


ISBN-13: 9788580577075
ISBN-10: 8580577071
Ano: 2015
Páginas: 320
Idioma: português
Editora: Intrínseca
Skoob: clique aqui
Avaliação: 5/5



O NOSSO MUSEU DA CIVILIZAÇÃO

Um dos assuntos do livro é o Museu da Civilização, onde os sobreviventes criaram um espaço para expor itens da tecnologia antiga e objetos que não existem mais. Por conta disso, resolvemos pensar na nossa contribuição para o Museu: 


Andressa - "Eu tentei fugir de tecnologia e tirei fotos da minha agenda que é a minha vida, do meu mangá, que representa a coleção que eu tenho e das minhas cartas. A agenda e as cartas iriam para o museu mostrando como o ser humano se organizava e se relacionava, mesmo que hoje em dia seja mais raro usar carta, eu e meus amigos usamos muito isso (cartas, bilhetes, cartões). Isso são as coisas de que eu realmente sentiria falta."



Thaís - "Foi quase um parto sofrível escrever esse pequeno texto, por que é tão difícil escolher um item do qual sentiria falta? Eu pensei, pensei e quanto mais pensava menos respostas eu encontrava para a questão. Eu sentiria falta do Smartphone? Com certeza, ele informa as horas, desperta-me pela manhã, avisa dos meus compromissos, mantém minha rede de amigos conectada e eu com o mundo. Sentiria falta do meu notebook? Sim, ele contém todos os meus arquivos importantes, livros que estou trabalhando, fotos, dados, estudos, praticamente tudo. Sentiria falta dos meus e-readers? Dos meus livros impressos? Ah, com certeza, objetos pessoais costumam ter grandes significados, nem sempre é fácil praticar o desapego, mas no cenário distópico eles teriam quase ou nenhuma utilidade, poderiam ser lembrados? Poderia sentir a necessidade absoluta deles? Talvez. Eu poderia sentir dor e precisar de remédios, atualmente vivemos épocas em que precisamos tomar religiosamente algumas medicações por questão de sobrevivência, o que faríamos sem elas? Como a Carol mencionou, como ficaríamos sem chocolate? A população pode reduzir sem esse último item, a TPM pode acabar literalmente com os homens (que só suportam as mulheres nesses dias se a amam muito) e as mulheres por sua vez (podem ficar insuportavelmente insuportável para elas mesmas) mas, acredito que não abriria mão de um livro, se pudesse ficar com apenas um objeto, escolheria um livro: a Bíblia Sagrada. As palavras mantém meu caos interno em ordem, a leitura constante minha sanidade mental, não abriria mão dela.




Carol - "Fiquei pensando nos itens que eu sentiria falta se eu estivesse nesse mundo pós-calamidade. A verdade é que não consegui pensar em um único item e acabei reunindo as principais coisas que eu gosto. Em termos de tecnologia, acho que ficaria muito chateada se não pudesse usar mais o Kindle, onde armazeno centenas de livros, mas também teria dificuldades em abrir mão dos meus livros físicos. Seria de cortar o coração. Também não conseguiria abrir mão dos meus esmaltes... E os chocolates? Aí céus!!! Não os colocaria no Museu (provavelmente comeria tudo antes disso, mas sentiria muita falta deles!) Que mundo terrível seria esse se não houvesse chocolates!!"

E vocês, com o que contribuiriam para o Museu da Civilização?

4 comentários

  1. Oi, Carol.
    Eu estou morrendo de vontade de ler esse livro, só não tive tempo ainda!!
    Acho que o meu item seria um e-reader, recheado de ebooks!! Pois é, não sou nada criativa!! rs...
    beijos
    Camis - Leitora Compulsiva

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    1. Oi Camila, tudo bem?
      É uma ótima leitura. Conforme fui percebendo a ligação entre as histórias, fiquei bem intrigada.
      Acho que o e-reader foi para lista de todos os leitores compulsivos rs.
      Bjkas

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  2. Oi, Carol!
    Não costumo ler livros nesse estilo, e confesso que não fiquei interessada nesse livro, sem falar que não curto histórias com muitos personagens mesmo eles tendo um papel de destaque na história.
    Respondendo a pergunta, por sinal muito difícil de responder rsrs, acredito que sentiria falta do meu celular, nele a fotos e vídeos de minha família e amigos, minha seleção de músicas, e claro, alguns livros digitais.
    Bjos!

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    Respostas
    1. Oi Any, tudo bem?
      Quando vi essa história do Museu no livro, me dei conta de como sou consumista. Não consegui abrir mão de várias coisas rs. Foi impossível selecionar um único item.
      Bjkas

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