[Resenha] Eu, Você e A Garota Que Vai Morrer - Jesse Andrews - Viaje na Leitura

22/09/2015

[Resenha] Eu, Você e A Garota Que Vai Morrer - Jesse Andrews

Sinopse - Livro que deu origem ao filme vencedor do Festival Sundance 2015, nas categorias Público e Crítica, com estreia marcada para 12 de junho nos EUA, Eu, você e a garota que vai morrer é uma mistura perfeita entre drama e humor e um retrato preciso da adolescência em face do amadurecimento. Na trama, Greg tem apenas um amigo, Earl, com quem passa o tempo livre jogando videogame e (re)criando versões bastante pessoais de clássicos do cinema, até a sua mãe decidir que ele deve se aproximar de Raquel, colega de turma que sofre de leucemia. Contrariando todas as expectativas, os três se tornam amigos e vivem experiências ao mesmo tempo tocantes e hilárias, narradas com incrível talento e sensibilidade. Crossover com enorme potencial no segmento young adult, o romance é perfeito para fãs de livros e filmes como A culpa é das estrelas e As vantagens de ser invisível.




Com um título explicativo e uma sinopse detalhada, não há dúvida sobre o tema do livro: a amizade de Greg com uma garota que está com leucemia.
Narrado em primeira pessoa sob a perspectiva de Greg, a trama se desenvolve em Pittsburg, Pensilvânia e nos apresenta a peculiar dinâmica do colégio Benson.
Greg é um "invisível". Ele anda com todos os grupos, mas sem realmente andar com ninguém, evitando assim as intrigas e repercussões de cada grupinho. Para ele, agir dessa forma é uma habilidade conquistada e aprimorada durante os anos.
Como vamos percebendo durante sua narrativa, o protagonista tem problemas com sua auto estima e é extremamente crítico consigo mesmo. Parece que ele não enxerga seus pontos positivos, como a criatividade, o humor e inteligência. 
Rachel Kushner e Greg se conheceram na escola judaica quando tinham 11 anos. Após inúmeras tentativas de se aproximar da garota mais gostosa do grupo, Greg acabou tendo Rachel como sua namoradinha. Não há muitas descrições sobre Rachel, pois ele a considera "normal". Nem feia, nem bonita; excessivamente risonha em alguns momentos e em outros, introspectiva.
Pois bem, Greg vive em sua bolha, abrindo exceção apenas para Earl, o seu único amigo, quando sua mãe lhe dá a terrível notícia: sua amiga Rachel está com leucemia. A mãe dele acredita que ainda são melhores amigos e que ele precisa ligar para a jovem para animá-la. Desse contato forçado, Greg escreve esse livro. Sim, o livro na verdade é escrito por ele, que desde o início deixa claro que é péssimo em escrita e não tem a pretensão de escrever nada profundo ou significativo. E ele realmente não escreve nada disso.
Diferentemente dos sick-lits publicados atualmente, a trama não aborda o conflito de Rachel contra o câncer ou como Greg se apaixona por ela e faz comentários reflexivos. Greg continua sendo um adolescente de 17 anos: age como um idiota, atua como um imbecil e na maioria das vezes merece alguns tapas. 
Seu "livro" não segue uma linearidade de pensamentos. Em um capítulo ele fala de sua família, no outro da escola judaica, depois sobre garotas e entre esses momentos, ele vai descrevendo o que acontece em sua vida. Não tem nada inédito. Apenas drama de um garoto de 17 anos que vive de olho nas garotas mais quentes da escola, que ama jogar videogame e adora dirigir filmes.
Mesmo tendo assuntos profundos para trabalhar, como a doença de Rachel e a dinâmica familiar de Earl, o auto opta por não fazer isso.
Se pararmos para refletir, dificilmente um adolescente terá a total compreensão de todos os eventos e irá analisar no mesmo momento tudo o que está ocorrendo, sua vida de forma tão profunda. Ele se mostrará incomodado em lidar com Rachel e sua doença, deixando óbvio seu desconforto e até mesmo a culpa que o impede de ignorar a garota.
A história não tem preocupação com a grafia. Tudo é escrito de forma informal e o texto é apresentado de formas diferentes. Em alguns momentos, como um roteiro de cinema, em outros como diálogos, tópicos, perguntas e resumos.


Edição: 1
Editora: Rocco Fábrica231
ISBN: 9788568432181
Ano: 2015
Páginas: 288
Tradutor: Ana Resende
Skoob: clique aqui
Avaliação: 4/5


6 comentários

  1. Oi, Carol!
    Apesar de não ler histórias onde os personagens são adolescentes achei interessante a trama desse livro, como não curto o gênero drama essa com certeza é uma ótima dica para mim, apesar de ter a impressão de que vou estranhar um pouco a forma com que é contada a história... Mas vou anotar essa dica.
    Bjos!

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    1. Oi Any, tudo bem?
      É realmente contada de uma forma diferente, mas é uma leitura inteligente que me prendeu.
      Espero que leia e venha nos contar o que achou ;)
      Bjkas

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  2. Finalmente um sick-lit que realmente conta como um adolescente lida com doenças.
    Quero muito tanto ler o livro quanto ver o filme. Se não me engano, quem interpreta a Rachel é a atriz que faz a Emma de Bates Motel <3 <3
    Gostei muito da sua resenha. Me deixou bem mais interessada na leitura.
    Beijos
    Balaio de Babados

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    1. Oi Luiza, tudo bem?
      Acho que foi realmente o principal diferencial. Mostrar um adolescente lidando com um amigo doente sem o jeitão filosófico e maduro. Adultos tem dificuldade de enfrentar esse tipo situação, imagine adolescentes?!
      Estou louca para assistir o filme também, só estou com receio de romantizarem demais a adaptação.
      Bjkas

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  3. Parece ser um livro emocionante. Gostei bastante.

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    1. Oi Bruno, tudo bem?
      É uma leitura diferente, que prende a atenção.
      Bjkas

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